4.78/10 2014-02-28 94 minutos.HDO escritor de livros de autoajuda Tommy Carter (Anthony Mackie) é sequestrado por Angel Sanchez (Forest Whitaker), um atormentado fã. Sanchez reinterpreta a obra de Carter e usa as próprias teorias do autor para aterrorizá-lo.Ano: 2014Estúdio: País: United States of America
**Apesar de Forrest Whitaker nos brindar com mais uma excelente actuação, o roteiro não é particularmente bom e estraga um pouco o filme com opções pouco inteligentes.**
Este é um daqueles filmes que assenta largamente sobre a interpretação dos actores, que fazem o melhor que podem com o material que lhes foi dado e com as indicações dadas pelo director, que é Philippe Caland. A história que nos é contada não me pareceu ter um relevo excepcional, até porque se torna bastante previsível a partir do meio.
Então não é surpreendente se eu disser que uma das melhores coisas que este filme tem para nos dar é a sólida interpretação dramática de Forrest Whitaker, um actor que está em ascensão desde o começo do milénio e que tem feito um percurso muito promissor até ao presente momento. Este filme não é um dos melhores deste actor, diria mesmo que não é mais do que um trabalho menor, mas é a sua interpretação poderosa e intensa que confere ao filme algum interesse adicional. Ele é absolutamente crível no papel de uma pessoa em sofrimento, perturbada, mentalmente instável, mas que tem coração e não é perversa, embora seja ameaçadora de uma maneira convincente e brutal. Anthony Mackie nunca o consegue acompanhar, mas faz igualmente um trabalho positivo e de que se pode orgulhar sem problemas. A personagem dele é mais densa do que parece a um primeiro olhar, mas isso só se vai compreender à medida que o vemos interagir com Whitaker. Apesar de uma tentativa meritória de Sanaa Lathan, não temos um elenco de apoio capaz aqui. Mike Eps é particularmente decepcionante com a sua interpretação desinspirada.
O roteiro baseia-se na relação entre um homem visivelmente perturbado e um terapeuta e autor de livros de auto-ajuda, que o aceita como paciente apesar de não ter por costume fazê-lo. Afinal, ele precisa do dinheiro para ajudar um irmão rufia. Infelizmente, ele não parece compreender que não é o tipo de ajuda que o seu novo paciente precisa: o homem evidencia sinais de psicose ou esquizofrenia e precisa de um psiquiatra, não de um guru dos pensamentos felizes e meditação tibetana. O terapeuta, se tem alguma experiência, devia ter compreendido isso: ao invés, ele continua e piora a situação ao sugerir que pare a medicação, talvez antidepressiva, que lhe fora receitada. O resto são consequências.
Sinceramente, eu sinto que bastava isto para fazer um filme bom, mesmo com as cenas dolorosas que se seguem e que constituem o “miolo” do trabalho que nos foi apresentado. A história do acidente de carro e do atropelamento não precisava de estar ali. Um homem perturbado não precisa de uma razão lógica para atacar alguém, basta perder a razão e o autodomínio. Dar uma razão inteligível para as atitudes da personagem de Whitaker, além de ser redundante, é enfraquecer a personagem e transformá-la num vilão que ela não é. Isso estragou bastante o filme para mim.
O filme tem imensas cenas violentas e sanguinolentas, com direito a variadas torturas e a situações de tensão elevada. Não é um filme para ver com a avozinha de oitenta anos, ou as crianças da família. Porém, trabalha eficazmente o suspense, e a tensão vai crescendo à medida que o final se aproxima, o que é agradável. A boa concepção dos cenários (em particular a casa delapidada onde vive aquele homem doente) e a cinematografia ajudam bastante a criar este ambiente hostil e sinistro.
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**Apesar de Forrest Whitaker nos brindar com mais uma excelente actuação, o roteiro não é particularmente bom e estraga um pouco o filme com opções pouco inteligentes.** Este é um daqueles filmes que assenta largamente sobre a interpretação dos actores, que fazem o melhor que podem com o material que lhes foi dado e com as indicações dadas pelo director, que é Philippe Caland. A história que nos é contada não me pareceu ter um relevo excepcional, até porque se torna bastante previsível a partir do meio. Então não é surpreendente se eu disser que uma das melhores coisas que este filme tem para nos dar é a sólida interpretação dramática de Forrest Whitaker, um actor que está em ascensão desde o começo do milénio e que tem feito um percurso muito promissor até ao presente momento. Este filme não é um dos melhores deste actor, diria mesmo que não é mais do que um trabalho menor, mas é a sua interpretação poderosa e intensa que confere ao filme algum interesse adicional. Ele é absolutamente crível no papel de uma pessoa em sofrimento, perturbada, mentalmente instável, mas que tem coração e não é perversa, embora seja ameaçadora de uma maneira convincente e brutal. Anthony Mackie nunca o consegue acompanhar, mas faz igualmente um trabalho positivo e de que se pode orgulhar sem problemas. A personagem dele é mais densa do que parece a um primeiro olhar, mas isso só se vai compreender à medida que o vemos interagir com Whitaker. Apesar de uma tentativa meritória de Sanaa Lathan, não temos um elenco de apoio capaz aqui. Mike Eps é particularmente decepcionante com a sua interpretação desinspirada. O roteiro baseia-se na relação entre um homem visivelmente perturbado e um terapeuta e autor de livros de auto-ajuda, que o aceita como paciente apesar de não ter por costume fazê-lo. Afinal, ele precisa do dinheiro para ajudar um irmão rufia. Infelizmente, ele não parece compreender que não é o tipo de ajuda que o seu novo paciente precisa: o homem evidencia sinais de psicose ou esquizofrenia e precisa de um psiquiatra, não de um guru dos pensamentos felizes e meditação tibetana. O terapeuta, se tem alguma experiência, devia ter compreendido isso: ao invés, ele continua e piora a situação ao sugerir que pare a medicação, talvez antidepressiva, que lhe fora receitada. O resto são consequências. Sinceramente, eu sinto que bastava isto para fazer um filme bom, mesmo com as cenas dolorosas que se seguem e que constituem o “miolo” do trabalho que nos foi apresentado. A história do acidente de carro e do atropelamento não precisava de estar ali. Um homem perturbado não precisa de uma razão lógica para atacar alguém, basta perder a razão e o autodomínio. Dar uma razão inteligível para as atitudes da personagem de Whitaker, além de ser redundante, é enfraquecer a personagem e transformá-la num vilão que ela não é. Isso estragou bastante o filme para mim. O filme tem imensas cenas violentas e sanguinolentas, com direito a variadas torturas e a situações de tensão elevada. Não é um filme para ver com a avozinha de oitenta anos, ou as crianças da família. Porém, trabalha eficazmente o suspense, e a tensão vai crescendo à medida que o final se aproxima, o que é agradável. A boa concepção dos cenários (em particular a casa delapidada onde vive aquele homem doente) e a cinematografia ajudam bastante a criar este ambiente hostil e sinistro.